Há poucas semanas de uma das mais importantes eleições no Brasil, mais do que estar informado sobre propostas de candidatos, a população precisa ficar atenta às deepfakes. Neste conteúdo, vamos abordar as deepfakes: a nova arma de fake news para as eleições.
Deepfakes: a nova arma das fake news
A popularização da internet possibilitou muitos ganhos em termos de acesso à informação. Contudo, ela também se tornou espaço para disseminar conteúdo falso sobre pessoas ou determinados grupos da sociedade.
A propagação de conteúdo falso e inverídico pela internet é popularmente conhecida como fake news. Elas são desenvolvidas por meio de produção de textos, imagens, áudios ou vídeos.
A base desse material é composta de inverdades, podendo trazer uma série de prejuízos a quem é atacado. No campo político, esse procedimento também se tornou prática comum com a divulgação de informações inverídicas sobre agentes políticos ou candidatos a cargos eletivos.
Fake news e os impactos na democracia
O foco é espalhar desinformação para prejudicar oponentes e candidaturas, revertendo ganhos políticos para outras pessoas. Também tem como objetivo sobrepor uma ideologia ou posicionamento político como forma de legitimação em relação a ideias discordantes.
Muitos órgãos da sociedade civil, empresas do segmento da tecnologia digital, poderes como o Judiciário e o Legislativo, assim como a imprensa, têm trabalhado no combate e na checagem dessas “notícias falsas” como forma de impedir mais impactos à população.
Porém, além das fake news, nos últimos anos, outra forma de divulgar material inverídico ganhou forma na internet. São as deepfakes.
Elas servem como forma de aumentar o impacto do conteúdo inverídico sobre uma pessoa, utilizando a tecnologia para criar uma representação irreal de um fato.
O que são as deepfakes?
A técnica de deepfake tem esse termo porque vem da expressão “deep learning” (aprendizado profundo) com fake (falso). E ela funciona com a coleta de dados relacionados a expressões e movimentos físicos que, pela tecnologia da Inteligência Artificial, possibilita criar vídeos falsos.
As deepfakes são feitas com softwares de edição de imagens. O que antes era restrito ao cinema, hoje está disponível para qualquer indivíduo criar.
Esse formato de vídeo se notabilizou no Tik Tok, em que é possível montar imagens ou vídeos em que é colocada a face de uma pessoa ao corpo de outra.
Contudo, nem tudo é entretenimento. Dentro de um contexto eleitoral, essa manipulação de vídeos e imagens, pode influenciar negativamente no processo democrático, afetando nas decisões do eleitorado.
Um exemplo do quanto as deepfakes influenciam em processos eleitorais, pôde ser visto em pleitos como nos Estados Unidos em 2020. O receio é que a disseminação de fake news como as deepfakes pode, sim, trazer prejuízos para o processo democrático brasileiro.
Fiscalização às deepfakes
O principal impacto das deepfakes se dá pela forma como são disseminadas na internet. Com uma propagação viral, elas podem, em pouco tempo, estar presente nos celulares de milhões de pessoas. E o pior: grande parte da população desconhece essa tecnologia.
Estudos como o da Kaspersky indicam que mais de 60% dos brasileiros não sabem quando um vídeo foi editado e isso demonstra o quanto pode ser perigoso para o aumento na desinformação política.
Por isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está empregando inúmeras ações para redução da disseminação de fake news e as próprias deepfakes.
Um exemplo está na ação conjunta com o Whatsapp em que foi disponibilizado um chatbot (assistente virtual) para que qualquer pessoa possa sanar dúvidas quanto ao material “noticioso” que recebeu, seja em texto, áudio ou vídeo, como as deepfakes.
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